A Policia Civil, em parceria com o Ministério Público Estadual, prendeu na manhã desta quarta-feria (28), nove reeducandos que cumprem pena na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, acusados de participar de oito homicídios dentro do presídio, em 2007.

De acordo com o delegado responsável pela operação, Maique Evelin Pereira, a operação denominada São Leonardo de Noblat, santo protetor dos presos, começou com as investigações há um ano, e é um desmembramento da Operação Bastilha realizada pela Polícia Federal, em parceria com o MPE, que desbaratou uma suposta quadrilha que comandava o crime organizado dentro da PA, em novembro do ano passado.

“Depois da operação Bastilha, quando houve a prisão dessas 15 pessoas, a Policia Civil requereu a prorrogação da prisão temporária dos acusados. Começamos a investigar esses crimes juntamente com o MPE, o que culminou na prisão desses reeducandos”, disse o delegado ao lembrar que outros mandados de prisão ainda serão cumpridos.

Segundo o promotor de Justiça, Ademir Teles Menezes, durante a investigação foi possível identificar os autores das execuções. “Na operação Bastilha nós retiramos da PA àqueles que eram considerados líderes de uma organização criminosa que existia dentro do Sistema Prisional, chamado “primeiro comando da maioria”. Hoje, com esta Operação retiramos outros líderes menores, que permaneceram no sistema, e os homicidas de todos aqueles casos de enforcamentos que ocorreram na PA”, enfatizou.

Dos 11 homicídios ocorridos dentro do Sistema Prisional, oito foram elucidados. Para o promotor de Justiça Ricardo Fontanella, titular da Vara de Execuções Penais, o que é importante, neste momento, além da elucidação dos homicídios, é a tranquilidade e a organização que volta ao Sistema Prisional, principalmente quanto ao controle efetivo por parte do Estado de Roraima.

“Muitos na sociedade não acreditavam que esses crimes seriam esclarecidos. Hoje, estamos mostrando que nenhum crime pode ficar impune, e além disso, o crime organizado, o tráfico de drogas, dentro do sistema prisional, sofreu um grande revés. Não podemos dizer que o problema está solucionado, precisamos continuar o trabalho. Esse é um exemplo pelo qual, o Judiciário, o MPE e a Policia Civil podem mostrar para a sociedade que o crime está sendo combatido, seja quem for, agentes públicos ou reeducandos, todos vão sofrer às consequências da lei”, informou.

De acordo com os promotores, às denúncias serão oferecidas e o MPE irá aguardar a manifestação do Poder Judiciário. Os reeducandos acusados das execuções dos crimes responderão pelos crimes de homicídio qualificado, e os agentes públicos por envolvimento nos homicídios e pela facilitação das fugas, além de outros delitos que ainda estão sendo apurados.


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