Após quase dez anos da morte de Robson Magalhães Lima, ocorrida em 2005 no balneário Sacolejo, no município de Cantá, o Tribunal do Júri condenou na última sexta-feira, 27/02, Harley Rodrigues da Silva e Wilker Bastos Romão, dois dos seis acusados pelo crime, a 16 e 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, respectivamente.

O júri iniciou na quinta-feira e só terminou na noite do dia seguinte. Os dois réus foram condenados por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, conforme previsto no Código Penal.

Outro acusado de envolvimento no crime, o ex-policial civil Hermes Rodrigues da Silva Júnior, também irá a Júri Popular ainda este ano, com data a ser definida. Estão previstos ainda o julgamento dos acusados Richardson Rêgo da Silva e Jean Alexandro Silva de Andrade.

Hermes, no ano de 2007, com apenas 20 anos de idade, foi condenado pelo Tribunal do Júri pela participação no mesmo crime, porém o réu recorreu da decisão do Tribunal do Júri à época, e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu a ele o direito a um novo julgamento. Se condenado novamente, não poderá mais recorrer da decisão.

O caso

A morte de Robson Magalhães de Lima ocorreu após uma briga entre ele e Harley Rodrigues da Silva, até então amigos. Com a confusão, Harley ligou para o irmão e policial civil à época, Hermes da Silva Júnior, que apesar de não estar de serviço utilizou, sem autorização, uma viatura da polícia civil, deslocando-se até o local acompanhado de outros policiais civis.

Ao chegarem no balneário Sacolejo, os réus foram informados que a vítima havia deixado o local na companhia de alguns amigos. Pouco tempo depois, os acusados saíram a procura de Robson e o interceptaram na estrada de piçarra que dá acesso à região da Serra da Lua, também no município de Cantá.

Após a abordagem, a vítima foi retirada do interior do veículo em que se encontrava e passou a ser espancada. Robson Magalhães posteriormente foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Para o MPRR não restam dúvidas de que os réus agiram com requintes de crueldade ao agredirem à vítima, assumindo, desse modo, o risco de matar Robson Magalhães, dificultando, inclusive, a sua defesa.

À época do crime, quatro policiais foram expulsos dos quadros da Polícia Civil, após processo disciplinar.

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