A pedido do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), o Tribunal do Júri condenou na noite desta quinta-feira, 19/10, o ex-policial militar, Felipe Gabriel Martins Quadros, a 81 anos, dez meses e 15 dias de reclusão em regime fechado pelo triplo homicídio, bem como pela tentativa de homicídio de uma quarta vítima. O Júri ocorreu no auditório do Fórum Criminal, no bairro Caranã.

Pelas mortes de E.O.B. e J.V.F.B., pai e filha, o réu foi condenado a 48 anos de prisão, quanto a execução do empresário E.R.O., recebeu a pena de 21 anos e quatro meses de detenção. Felipe Quadros foi ainda sentenciado a 12 anos, cinco meses e quinze dias, referente a tentativa de homicídio de L.A.F. Os crimes ocorreram em novembro de 2015, em Boa Vista.

Conforme o promotor de justiça com atuação junto ao Tribunal do Júri, André Nova, os jurados reconheceram o que foi pleiteado pelo MPRR na denúncia e confirmado na pronúncia e alegações finais.

“Faremos ainda uma análise criteriosa quanto a dosimetria da pena para avaliar se foi o suficiente em razão da gravidade da infração pelos quatro crimes, três consumados e um tentado”, destacou o promotor de justiça responsável por sustentar a acusação no Tribunal de Júri.

Ainda, conforme o promotor de justiça, a condenação de Felipe Quadros é uma resposta a sociedade e aos familiares. “Por se tratar de um crime bárbaro, esse caso gerou muita insegurança e comoção social. Com a punição do réu, as duas famílias poderão se sentir mais seguras e virar a página”, ressaltou André Nova.

Entenda o caso
Felipe Quadros executou E.O.B. e J.V.F.B., pai e filha, respectivamente, em frente a residência das vítimas. Na ocasião, o ex-policial usava pistola e colete à prova de balas pertencentes a Polícia Militar. O crime ocorreu no dia 9/11, por volta das 7 horas, no bairro Pricumã.

Consta na denúncia do MPRR, protocolada em dia 23 de novembro de 2015 pela Promotoria de Justiça com atuação junto ao Tribunal do Júri, que o acusado aguardou a saída das vítimas da residência para então executá-las. Toda a ação foi gravada por câmeras de segurança da própria casa.

Para o MPRR, os crimes foram premeditados, mediante emboscada e por motivo torpe. O policial Felipe Quadros não aceitava o fim do relacionamento com a ex-namorada que mantinha relação de amizade com as vítimas.

Após a execução das duas primeiras vítimas, o ex-militar foi até o bairro Caimbé e também executou o empresário E.R.O., que morreu em frente a própria casa. Ainda conforme o MPRR, Felipe Quadros agiu com requintes de crueldade ao disparar vários tiros sem que as vítimas pudessem se defender.

Consta ainda na denúncia do MPRR, que Felipe Quadros cometeu o crime impulsionado por vingança, pois a vítima havia ameaçado processar o réu em razão da recusa do ex-policial em pagar pelos danos causados por ele a um carro que pertencia a locadora de automóveis do empresário.

Na ocasião, o denunciado ainda disparou tiros contra o vizinho do empresário que tentava intervir na execução da vítima. Felipe Gabriel Martins Quadros foi julgado e condenado por homicídio qualificado previsto no artigo 121, parágrafo 2º, incisos I, III e IV.


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