Os promotores de Justiça José Rocha Neto e Luiz Antônio Araújo de Souza denunciaram no dia 18 de junho, 10 pessoas acusadas de participar de uma rede de pedofilia. Os acusados são o ex-procurador geral do Estado de Roraima Luciano Alves de Queiroz, os dois empresários e irmãos José Queiroz da Silva e Valdivino Queiroz da Silva, o oficial da Polícia Militar Raimundo Ferreira Gomes, o servidor público Hebron Silva Vilhena, Lidiane do Nascimento Foo acusada de ser a agenciadora de menores, o esposo dela Givanildo dos Santos Castro e Jackson Ferreira do Nascimento.

De acordo com os promotores de Justiça além das 8 pessoas presas na Operação Arcanjo, mais duas foram denunciadas, a ex-mulher de Hebron Silva, Silvânia Severa Pinho que teve sua imagem identificada a partir da realização de perícia feita em uma das fitas apreendida na casa de Hebron, bem como, a irmã de Lidiane, Bárbara do Nascimento Foo, (esposa de Raimundo Ferreira Gomes) que teve o nome citado no depoimento de uma das vítimas. De acordo com a denúncia, Lidiane e o marido Givanildo eram os responsáveis em cooptar menores, com idade entre 6 e 16 anos com o objetivo de agenciar programas sexuais que ocorria na casa do casal e em motéis da cidade de Boa Vista. Lidiane aliciava, inclusive, sua própria filha, de apenas 6 anos de idade.

Os acusados foram denunciados pelos crimes de estupro, atentado violento ao pudor, formação de quadrilha, exploração sexual e prostituição. O esquema de pedofilia foi descoberto a partir de uma investigação de tráfico de drogas, desenvolvido pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal de Roraima, a qual se iniciou em relatório repassado pelo Conselho Tutelar do Município de Boa Vista, em conjunto com o Ministério Público do Estado de Roraima e a Justiça Estadual. Mais de 20 vítimas foram identificadas na investigação que resultou na deflagração da Operação Arcanjo no dia 6 de junho pela Polícia Federal com a prisão de 8 pessoas. A investigação já vinha sendo realizada há aproximadamente seis meses, e contou durante todo o período, com apoio do Ministério Público Estadual e o Conselho Tutelar.

Conforme os promotores, uma vez recebida a denúncia, os acusados serão citados e ouvidos, e após o interrogatório deles, serão ouvidas as testemunhas. José Rocha Neto e Luiz Antônio afirmaram que o julgamento poderá ser mais rápido se os acusados permanecerem presos, uma vez que, segundo o Código de Processo Penal, réu preso têm prioridade nos processos.

Ainda segundo os promotores de Justiça outros nomes foram citados no decorrer das investigações através do depoimento de algumas vítimas. Segundo eles, já foi instaurado outro inquérito pela Polícia Federal para apurar o envolvimento dessas pessoas. Uma das vítimas citou o nome do deputado federal Luciano Castro (PR/RR), motivo pelo qual a Polícia Federal solicitou o encaminhamento do caso a Procuradoria-Geral da República. Diante da solicitação o Ministério Público Estadual requereu a remessa de cópias dos autos ao Supremo Tribunal Federal, por não possuir atribuição para atuar em casos de denúncias envolvendo parlamentares federais. O requerimento foi encaminhado pelos promotores de Justiça ao juiz da 2ª Vara Criminal.

Outra denúncia – O Ministério Público Estadual também ofereceu denúncia em outro procedimento contra Lidiane do Nascimento Foo e o marido dela Givanildo dos Santos Castro e mais duas pessoas Robson Santos Silva e Ana Fabíola de Souza pelo crime de tráfico de drogas. Os dois últimos acusados foram denunciados também por porte ilegal de arma de fogo. A denúncia foi oferecida no dia 18 de junho na 2ª Vara Criminal.


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