Terminou na segunda-feira (21), os depoimentos prestados pelas vítimas pelas e testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Estadual. A audiência teve início na sexta-feira com o depoimento de 13 vítimas da rede de pedofilia que atuava em Roraima, Os depoimentos de sexta-feira, acabaram por volta de duas e meia da madrugada de sábado.

Já na segunda-feira foram ouvidas sete vítimas e um policial federal que participou da Operação Arcanjo. De acordo com o promotor de Justiça Luiz Antônio Araújo de Souza, concluída a fase de oitivas das e vítimas e das testemunhas de acusação, inicia-se outra fase, a de oitivas das testemunhas de defesa.

Ainda segundo o promotor, cada advogado tem a possibilidade de arrolar oito testemunhas, e como são dez acusados, se todas as pessoas forem arroladas, serão ao todo, 80 testemunhas. Encerrada essa fase, o juiz fixa um prazo para as partes indicarem outras provas que possam produzir, e não havendo nenhuma outra prova, o processo passará para as alegações finais e em seguida o juiz sentenciará o processo.

A Operação Arcanjo foi desencadeada no dia 6 de junho com a prisão de oito pessoas acusadas de participarem de uma rede de pedofilia no estado de Roraima. Foram presos o ex-procurador-geral do estado Luciano Queiroz, os empresários e irmãos José Queiroz da Silva e Valdivino Queiroz da Silva, o major da Polícia Militar Raimundo Ferreira Gomes, o servidor público Hebron Silva Vilhena, Lidiane Nascimento Foo, acusada de ser a agenciadora das vítimas e o esposo dela, Givanildo dos Santos Castro e o empresário Jackson Ferreira do Nascimento.

No dia dezoito de junho, o Ministério Público Estadual denunciou os oito acusados e mais duas pessoas: a ex-mulher de Hebron Silva, Silvânia Severa Pinho, que teve sua imagem identificada a partir da realização de perícia feita em uma das fitas apreendida na casa de Hebron, bem como, a irmã de Lidiane, Bárbara do Nascimento Foo, (esposa de Raimundo Ferreira Gomes) que teve o nome citado no depoimento de uma das vítimas. Bárbara foi presa quando prestava declarações à CPI da Pedofilia no início deste mês na assembléia legislativa.

Os acusados foram denunciados pelos crimes de estupro, atentado violento ao pudor, formação de quadrilha, exploração sexual e prostituição. o esquema de pedofilia foi descoberto a partir de uma investigação de tráfico de drogas, desenvolvido pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal de Roraima, que se iniciou a partir de um relatório repassado pelo Conselho Tutelar do Município de Boa Vista, em conjunto com o Ministério Público do Estado de Roraima e a Justiça Estadual. Mais de 20 vítimas foram identificadas na investigação que resultou na deflagração da Operação Arcanjo.

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