Os veículos apreendidos na Operação Cartas Marcadas, desencadeada pelo Ministério Público do Estado de Roraima na última quarta-feira, 15/06, com o objetivo de desarticular esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE/RR) serão colocados a disposição da Justiça nesta terça-feira, 21/06.

Os veículos estavam de posse dos acusados no dia da operação e totalizam mais R$ 600 mil. Também foram sequestrados cerca de R$ 2 milhões em bens imóveis – residencial e comercial – fruto de enriquecimento ilícito, bem como valores em cheque que ultrapassam R$ 100 mil reais, além de aproximadamente R$ 400 mil em espécie.

Nas investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRR, restou comprovado o desvio de recursos públicos de ao menos seis contratos, totalizando, aproximadamente, R$ 8 milhões.

Na ocasião também foram apreendidos, carimbos de empresas privadas na mesa de trabalho da diretora administrativa da ALE e diversos documentos para montagem de processos licitatórios nas residências dos acusados.

Conforme o promotor de justiça e coordenador do GAECO, Marco Antônio Bordin de Azeredo, todo material apreendido já está sendo periciado, entre eles computadores, pendrives e aparelhos celulares. “O Ministério Público começou a ouvir os investigados e alguns deles sinalizam, inclusive, proposta de colaboração premiada”, ressalta.

“Causa surpresa o volume de dinheiro desviado mensalmente dos cofres públicos. Mesmo que o Ministério Público acolha e a Justiça homologue o pedido da colaboração efetiva dos envolvidos, os valores devidos ao Estado são inegociáveis e devem ser ressarcidos integralmente ao erário”, finaliza o promotor de justiça.

Da Operação

O esquema de desvio de recursos públicos envolve diretamente servidores da ALE/RR, sendo um deles a Presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL) do legislativo estadual. No total foram cumpridas 45 ordens judiciais, sendo 10 de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva, todas em Boa Vista.

A operação contou com o efetivo de 10 policiais militares lotados no Gabinete de Segurança Institucional, bem como servidores do MPRR; 69 alunos da Academia de Polícia de Roraima, agentes da Polícia Rodoviária Federal, além da participação de servidores da Secretaria de Segurança Pública do Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB).

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