CARTAS MARCADAS: Quase R$ 400 mil foram encontrados na casa dos acusados
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado de Roraima, que investiga o desvio de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE/RR), deflagou na última quarta-feira, 15/06, a Operação Cartas Marcadas.
Foram apreendidos de posse dos envolvidos quase R$ 400 mil reais em espécie, cheques, carros e computadores supostamente adquiridos com recursos públicos desviados de processos licitatórios irregulares realizados pela Comissão de Licitação da ALE.
Conforme os promotores de justiça do GAECO que investigam o caso, Marco Antônio Azeredo, José Rocha Neto, Hevando Cerutti e Mardson Batista, há seis meses o MPRR vem atuando de forma silenciosa, discreta e técnica.
“A investigação teve início após o recebimento de denúncia anônima contendo inúmeros documentos que apontavam desvio de recursos por meio de licitações direcionadas para empresas de familiares de servidores públicos que trabalham no setor administrativo e licitatório da casa legislativa”, relata Marco Antônio Azeredo, coordenador do GAECO.
De posse dos documentos, o MPRR passou a acompanhar a evolução societária de todas essas empresas e identificou inúmeros '‘laranjas’'. As investigações do GAECO identificaram que pessoas que eram frentistas de postos de gasolina e que recebiam um salário-mínimo e, após dois meses de demissão do referido emprego, ostentavam o posto de sócio-administrador de empresas com capital de mais de R$ 1 milhão. Na sequência, se sagravam vencedores em licitações dos seis contratos investigados pelo MPRR na ordem de mais de R$ 8 milhões.
As investigações do MPRR também identificaram que os envolvidos realizavam uma espécie de “linha de montagem das licitações”, onde era escolhido o vencedor do certame e somente após esta definição que era colhida toda documentação necessária para justificar o processo licitatório.
A operação contou com o efetivo de 10 policiais militares lotados no Gabinete de Segurança Institucional, bem como servidores do MPRR; 69 alunos Academia de Polícia de Roraima, agentes da Polícia Rodoviária Federal, além da participação de servidores da Secretaria de Segurança Pública – Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB).
A pedido do MPRR a Justiça deferiu 45 ordens judiciais, todas expedidas pela Juíza da Vara de Crimes de Tráfico de Drogas, Decorrentes de Organização Criminosa, Lavagem de Capitais e Habeas Corpus – Dra. Daniela Schirato Collesi Minholi, sendo 11 de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva, todos em Boa Vista.
Também foi deferido pela Justiça o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados que enriqueceram ilicitamente com as fraudes, além de outras medidas cautelares.
“Coletamos uma quantidade extensa de material. Os valores em espécie foram encontrados em locais escondidos nas residências da presidente da CPL e da diretora administrativa da ALE. Será feito um trabalho de perícia profunda em CPUs [computadores], celulares, pendrives e processos licitatórios que foram apreendidos na operação”, pontou.
Os promotores de justiça destacaram que as investigações do GAECO continuam e que todo material apreendido será periciado e os envolvidos responsabilizados judicialmente.
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