CHACINA EM RORAIMA:Réu é condenado a 115 anos
Postado por jun. 01 2007 00:00:00
em O ex-policial civil Wellington Gentil Pereira, um dos acusados de matar 7 jovens no balneário Cauamé e deixar duas pessoas gravemente feridas, fato que ficou conhecido como Chacina do Cauamé, foi condenado a 115 anos de prisão. Wellington foi condenado a 15 anos por cada vítima e mais 10 anos por tentativa de homicídio contra um sobrevivente. O julgamento aconteceu ontem, no auditório do Fórum Sobral Pinto e durou cerca de 12 horas. Durante o julgamento os familiares das vítimas aguardavam ansiosos pelo resultado. Ao ser anunciado a condenação de Wellington, todos comemoraram.
Wellington deverá ficar em liberdade por ser réu primário e ter bons antecedentes, até o recurso impetrado pelo advogado for transitado em julgado. O réu já havia sido julgado em 2001 sendo absolvido pelos jurados. O Ministério Público Estadual, por intermédio do promotor de Justiça Carlos Paixão, titular da 1ª Promotoria Criminal, recorreu contra o resultado do julgamento por entender que os jurados decidiram contrariamente às provas dos autos.
De acordo com o promotor, dois jurados que iriam participar do julgamento que estava previsto para acontecer em março deste ano, teriam sido procurados pelo irmão do réu e por duas mulheres, no sentido de julgar ou decidir em favor de Wellington. Carlos Paixão requisitou à Delegacia Geral de Polícia, a instauração de inquérito policial, para investigar possível coação à jurados, fato que configura crime e os responsáveis podem ser punidos.
No primeiro julgamento nós tivemos a informação que os jurados foram coagidos, mas por falta de provas, não foi possível investigar, uma vez que ninguém denunciou. Agora, com o julgamento que estava marcado para acontecer em março, novamente jurados foram procurados e nós não podíamos permitir que o réu fosse absolvido novamente. Então requisitamos a instauração de inquérito para investigar e punir os culpados. Novos jurados foram convocados e sorteados para participar do julgamento que aconteceu ontem e o réu foi condenado afirmou.
O crime No dia 5 de novembro de 2000, nove jovens, entre 13 e 21 anos, estavam acampados do outro lado do Rio Cauamé, em Boa Vista-RR, sendo que sete foram brutalmente assassinados e dois ficaram gravemente feridos. O crime comoveu toda a sociedade roraimense e teve repercussão na imprensa nacional pela crueldade em que os jovens foram assassinados. A princípio, suspeitava-se de briga entre galeras, o que não foi confirmado no decorrer das investigações. O então advogado Silvino Lopes e ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RR, passou a ser o principal suspeito e é acusado de ser o mentor do crime. O ex-policial civil Wellington Gentil juntamente com um menor também foram acusados de terem participado da execução.
Silvino Lopes também foi submetido a julgamento em 2001, sendo absolvido. O Ministério Público Estadual recorreu da decisão, mas Silvino também recorreu e o processo foi para o Superior Tribunal de Justiça. De acordo com o promotor de Justiça Carlos Paixão, enquanto o processo de Wellington Gentil foi para o STJ e o ministro relator do processo decidiu favorável ao recurso do Ministério Público de que ele deveria ser julgado novamente, Silvino Lopes está com o processo parado no STJ desde 2003, sendo que o ministro relator é o mesmo em ambos os casos. É possível verificar no próprio site do STJ que o processo de Silvino Lopes deu entrada no gabinete do ministro Paulo Gallotti em 25 de setembro de 2003. Enquanto nada é decidido, a população de Roraima e os familiares das vítimas aguardam ansiosos por Justiça afirmou.
ASCOM/MPE-RR
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