O julgamento do acusado de mandar matar o pai por motivo torpe, em um crime ocorrido há 14 anos, Randolpho Lucena Saraiva, começa dia 11/2, no Fórum Advogado Sobral Pinto, em Boa Vista.

A vítima, Zuldimar Saraiva de Pinho, foi encontrada enterrada em uma cova rasa no quintal de sua casa, localizada no bairro Cinturão Verde, dia 24 de agosto de 1999.

Conforme inquérito policial, Zuldimar foi atingido por dois tiros, disparados por dois homens não identificados, contratados para o ´serviço´ por Randolpho Lucena Saraiva, que teria encomendado o crime para ficar com o seguro do próprio pai, no montante de R$ 300 mil.

Consta nos autos que a Polícia chegou a Randolpho Lucena a partir do depoimento de uma menor de 18 anos, que trabalhou na casa da vítima, também  contratada para ajudar no homicídio.

A participação da jovem foi comprovada após a descoberta de uma carta que ela enviou a Edite Caetano, ameaçando-a por conta de uma confusão entre ambas e dizendo que ela tomasse cuidado para não terminar como o último que lhe contrariou: "embaixo da terra".

A carta foi entregue à Polícia que após exame grafotécnico comprovou a autenticidade da grafia e ao convocar a adolescente para depor, ela revelou com riqueza de detalhes como Randolpho planejou e executou o crime com os desconhecidos.

Em depoimento, a garota contou que foi instruída pelo filho da vítima que em troca ofereceu uma recompensa financeira, mentiu para Zuldimar alegando que não tinha onde dormir e pediu abrigo na casa dele. O plano é que ela abrisse a porta para os assassinos, e assim ocorreu.

De madrugada, ela foi acordada pelo acusado que estava na companhia dos outros dois homens desconhecidos que foram até a rede onde Zuldimar dormia  e dispararam dois tiros em sua cabeça.

Quando o dia estava amanhecendo, sob a ordem de Randolpho, enterraram o cadáver no quintal. Juntamente com o acusado, os homicidas limparam tudo e por volta de 6h30 da manhã quando ´terminaram o serviço', foram embora.

Diante dos registros comprobatórios e dos depoimentos que constam no inquérito policial, o MPRR entende não haver dúvidas de que o filho Randolpho foi quem encomendou a morte de Zuldimar, razão pela qual vai pede a condenação.

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