Diversos crimes cometidos por integrantes de organizações criminosas dentro da Penitenciária Agrícola Monte Cristo, contra um presidiário, motivaram o Ministério Público do Estado de Roraima, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, a denunciar três detentos do sistema prisional, nesta quarta-feira, 28.

As investigações do Gaeco demonstram que os criminosos comercializavam drogas e bebidas alcoólicas no interior da “Ala da Cozinha – destinada a ex-policiais e alguns presos. Segundo os promotores do caso, uma dívida de R$ 1.700 não paga pela vítima motivou seu espancamento e colocação em cárcere privado em um barraco de madeira construído dentro da ala.

“Os criminosos fizeram o 'julgamento' da vítima e o 'condenaram' ao recebimento de 100 golpes de madeira na região glútea. A pena foi cumprida em parte com a 'execução' de 20 golpes na vítima que teve lesões graves e ficou retida no barraco de dentro da ala”, destaca Carlos Paixão, coordenador do Gaeco.

A vítima só foi retirada do cárcere privado três dias depois, quando sua família a descobriu e conseguiu que ela fosse colocada na tranca da ala oito. Mesmo separada dos criminosos, continuou sendo extorquida sob ameaças de novos espancamentos e até morte, inclusive de seus familiares, fato que forçou a família a pagar parte da dívida.

Os três acusados foram denunciados pelos crimes de tráfico de drogas, extorsão, cárcere privado e lesão corporal.

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