ENERGIA ELÉTRICA: MPRR firma TAC para evitar racionamento
Diante da notícia de racionamento de energia elétrica em mais de 60 mil domicílios do estado de Roraima em decorrência dos desligamentos do linhão de Guri, localizado no país vinho – Venezuela –, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e a Eletrobras Distribuidora Roraima firmaram Termo de Ajustamento de Conduta para tentar minimizar o problema.
As informações foram encaminhadas ao MPRR pelo Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras, relatando aumento nos pedidos de desligamento do linhão de Guri por parte do governo venezuelano, gerando risco de racionamento para Roraima, o que motivou a empresa a comunicar os órgãos competentes acerca da necessidade de instalação de três novas termelétricas, que funcionarão no Distrito Industrial, Monte Cristo e em Novo Paraíso, no município de Caracaraí, localizado a 86 km da Capital.
Caso não haja adoção de medidas urgentes – explica a Eletrobras no documento encaminhado à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente – a partir do mês de setembro, se o fornecimento continuar pela Venezuela, Roraima passará a sofrer racionamentos.
Porém, o MPRR destaca que as referidas usinas deverão funcionar apenas para atender a demanda emergencial ora existente, até que se conclua a interligação da energia de Roraima ao Sistema Nacional de Eletrificação, mediante a efetivação do linhão Boa Vista/Manaus.
Luís Carlos Leitão, promotor de justiça de Defesa do Meio Ambiente reconhece que o racionamento de energia elétrica é uma alternativa inviável e o risco é iminente, caso não haja outra solução, razão pela qual é necessário urgência da adoção de medidas para a geração de energia em Roraima.
“Diante da constatação de que a quantidade de energia proveniente do sistema venezuelano não mais atende a demanda exigida e crescente do estado de Roraima, instauramos o Procedimento Investigatório Preliminar 005/14 para acompanhar o licenciamento ambiental de usinas termelétricas no estado, que resultou na assinatura do termo de ajustamento de conduta”, explica Luís Carlos Leitão.
Ainda conforme o promotor de justiça, a energia elétrica é um bem indispensável para as atividades humanas, além de atender setores imprescindíveis como a saúde, a educação e a segurança, direitos garantidos pela Constituição de 1988.
Restou estabelecido no acordo, que em razão da urgência que o caso requer, a Femarh deverá adotar procedimento simplificado da Resolução 279/2001- CONAMA, que trata da emissão de licenças ambientais com pequeno potencial de impacto ao meio ambiente.
A Eletrobras se comprometeu em instalar e entregar em pleno funcionamento as três usinas termelétricas, mediante apresentação do Relatório Ambiental Simplificado (RAS) como forma de estudo da viabilidade para a licença ambiental, conforme orientação da Femarh, no prazo máximo de 90 dias, a contar da data da emissão da licença de instalação. A empresa se comprometeu, ainda, em não promover qualquer racionamento de energia elétrica após a instalação das termelétricas.
“A interrupção no fornecimento de energia elétrica ocasiona prejuízos incalculáveis para a população, bem como para o setor comercial e industrial de Roraima. Trata-se de um serviço de relevância pública, portanto, de caráter emergencial”, conclui o promotor de justiça.
O acordo foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico de quinta-feira, 12/6. O não cumprimento das obrigações assumidas pela Femarh e pela Eletrobras implicará no pagamento de multa diária.
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