Gaeco denuncia policiais por formação de quadrilha
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado de Roraima, denunciou no último dia 28, o delegado Renê de Almeida, o advogado João Alberto Sousa Freitas e os agentes de polícia Jjerrffreson Oliveira Silva, Edilson Albino de Lima, Geovanildo Cardoso e Gilvandro Pascoal Alves.
Os acusados irão responder pelos crimes de formação de quadrilha, associação para o tráfico de drogas, corrupção e ameaças. A denúncia foi protocolada junto à 2ª Vara Criminal, de onde foram expedidos os mandados de prisão dos quatro servidores da Polícia Civil.
Segundo as investigações do Gaeco, em dezembro de 2011 os acusados teriam subtraído bens móveis particulares – celular e notebook – arrecadados durante a prisão em flagrante do traficante Erlange Santos da Silva. Meses depois foi descoberto que o “terminal telefônico” utilizado no aparelho celular arrecadado e que deveria estar apreendido nos autos do inquérito continuava originando mensagens e ligações. Em depoimento, o traficante confirmou a apreensão dos bens, mas que os mesmos não tinham sido apresentados na delegacia e nem restituídos aos seus familiares.
Em agosto de 2012, Erlange ratificou o ocorrido e informou ter sido orientado pelo seu advogado João Alberto a mentir sobre o sumiço do celular e do notebook e ainda a dizer que tais objetos teriam sido entregues a ele como forma de pagamento dos honorários. O advogado foi indicado ao traficante no dia de sua prisão por um dos agentes investigados.
Outro caso que consta da denúncia é o do traficante Andreaza Borges de Sá, que teria obtido informações de que existia um mandado de prisão em seu desfavor antes de seu cumprimento. A notícia foi repassada a um tio de Andreaza por mensagem através do “terminal telefônico” apreendido de Erlange.
A mensagem de texto dizia para o homem avisar ao sobrinho, que é irmão de outro traficante conhecido por Domador, que haveria mandado de prisão para ele e que os “homens da DRE vão botar a mão nele”.
Em razão do vazamento da informação, os mandados de prisão tiveram que ser cumpridos antecipadamente. Ao ser preso, Andreaza confirmou ter recebido a notícia privilegiada através de seu tio, que o repassou o número do celular do qual teria recebido a mensagem tratando das prisões.
A ameaça “por palavra e meio simbólico” contra o delegado João Evangelista, que presidiu o inquérito que resultou na prisão dos cinco acusados, também foi citada na denúncia.
Além disso, os denunciados são acusados pelo Gaeco de, em período de 2011 a 2012, estarem associados de forma permanente com a finalidade de “praticar tráfico de drogas”. “Por meio de investigações, foi possível constatar que os denunciados cooperavam com grupos criminosos atuantes no tráfico de drogas na capital”, consta na denúncia.
Eles são acusados de terem ajudado no custeio da prática do tráfico de drogas. Como exemplo é citado o fornecimento de uma arma de fogo que estava apreendida nos autos de um inquérito policial e que posteriormente foi encontrada sendo utilizada no tráfico de drogas.
Na denúncia, consta ainda que há outras pessoas sendo investigadas por associação para o tráfico. Os nomes não são citados.
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