Processo da Operação Arcanjo transita em julgado e sete réus terão que cumprir penas

Postado por admin em ago. 23 2019 12:38:16

Onze anos após a deflagração da Operação Arcanjo, que desarticulou uma rede de pedofilia no estado e, vários recursos impetrados pela defesa dos réus, inclusive, junto ao Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, o processo sobre o caso transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso e sete dos nove réus terão que cumprir suas penas.

Ao final do processo, que iniciou com a denúncia do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), em 2008, os réus foram condenados pelos crimes de estupro, exploração sexual, corrupção de menores, dentre outros. Os réus também foram condenados a perda dos cargos públicos que exerciam na época.

Com a condenação em todas as instâncias, o ex-procurador-geral do Estado, Luciano Queiroz, foi sentenciado a cumprir pena de 75 anos de reclusão; José Queiroz a 15 anos; o irmão de José Queiroz, Valdivino Queiroz, à pena de 14 anos; o major da Polícia Militar, Raimundo Gomes, a 28 anos de reclusão; o funcionário público Hebron Vilhena, a 8 anos; Jackson Ferreira, a 6 anos, e Lidiane Foo, a 159 anos somados todos os crimes.

Os processos envolvendo as rés Bárbara do Nascimento Foo e Silvania Severa Pinho de Araújo seguem tramitando na justiça, enquanto Givanildo dos Santos Castro foi absolvido.

Para o Promotor de Justiça de Crimes Contra a Dignidade Sexual, José Rocha Neto, que acompanhou o caso desde o início das investigações, as condenações põem fim a uma longa espera de um caso que chocou a sociedade roraimense.

“Apesar da longa espera, as condenações mostram que a responsabilidade criminal pode atingir qualquer pessoa independente de classe social. O resultado serve de alerta para os que tenham índoles semelhante a dos réus”, destaca o Promotor de Justiça ao lembrar que pelo menos 19 crianças e adolescentes foram vítimas de exploração e abuso sexual.

Arcanjo
A Operação Arcanjo foi deflagrada no dia 6 de junho de 2008 e teve por finalidade reprimir o tráfico de drogas, crimes de pedofilia, prostituição, dentre outros. Na época, oito pessoas foram presas.

As investigações iniciaram em Janeiro de 2008, após uma denúncia do Conselho Tutelar de Boa Vista, e revelaram um esquema que explorava sexualmente meninas com idade entre 6 e 14 anos de idade e que contava com a participação de autoridades, servidores públicos e empresários do estado de Roraima.

Durante as investigações autorizadas pela Justiça foram interceptadas ligações telefônicas e imagens sobre o comércio sexual de crianças e adolescentes. Ficou claro na interceptação a dissimulação utilizada pelos aliciadores e clientes para retirar crianças e adolescentes da casa dos pais a fim de submetê-las a abusos sexuais, bem como, a ida de aliciadores às escolas para buscar meninas com o objetivo de realizar programas sexuais.

Além do aliciamento, na casa de Lidiane Foo havia um intenso comércio de drogas e uso substâncias entorpecentes para as menores antes e durante os programas sexuais, Lidiane aliciava, inclusive, sua própria filha, menor de idade.

Em razão da gravidade dos fatos e da repercussão gerada à época, vítimas e réus foram ouvidos pela CPI da Pedofilia no Senado.


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